Cinema e educação na perspectiva da igualdade de inteligências: reflexões sobre ver e fazer filmes como construções de um comum para as produções curriculares com estudantes da educação básica
DOI:
https://doi.org/10.20435/serieestudos.v28i63.1736Palavras-chave:
cinema, currículo, práticas pedagógicasResumo
Neste artigo, são investigadas práticas artístico-pedagógicas com cinema do projeto cultural REALIZACINE em duas escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro. O projeto em questão, desde o ano de 2021, desenvolve ações educativas junto a estudantes da educação básica centradas nos gestos de ver e fazer filmes, partindo da condição central de igualdade de inteligências entre os envolvidos. Perspectiva esta que tensiona as fronteiras curriculares e produz, como lócus da prática, construções com e entre os sujeitos, em articulação com os diferentes saberes produzidos nas relações, e que aposta numa Pedagogia da Criação, colocando os estudantes como espectadores e criadores de filmes, incidindo em possíveis produções curriculares com o cinema relacionadas ao espaço escolar. Procurou-se desenvolver a atividade da pesquisa educacional pela dimensão na qual se habita a própria prática educativa, como alternativa para estabelecer os caminhos investigativos pelo par experiência/sentido (LARROSA, 2002). Apresentando o exercício do Minuto Lumière (FRESQUET, 2013a, 2014) aos estudantes, produziram-se artefatos investigativos, como: uma curadoria inicial dos filmes exibidos, notas e registros em caderno de campo, fotografias, além dos próprios filmes dos estudantes realizados nas práticas, de modo a representar o conjunto de materiais para tecer reflexões sobre noções de um “comum”, como construção curricular com o cinema. Nesse sentido, a reflexão a seguir está atravessada pelas ponderações de Jacques Rancière, Larrosa, Fresquet, entre outros autores de relevância.
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