Corpos sem órgãos versus cisheteronormatividade: os territórios do corpo nas artes, na sociedade e na escola
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v26i58.1584Palavras-chave:
corpos sem órgãos, artes visuais, escolaResumo
O corpo sem órgãos consiste em um conceito que, embora tenha surgido com o dramaturgo Artaud, foi desenvolvido por Deleuze e Guattari para discutir as possibilidades múltiplas de experimentação do corpo, para além da sua estratificação enquanto organismo. Este artigo implica uma reflexão sobre os territórios do corpo em manifestações contemporâneas das artes visuais, acerca de sua funcionalidade, seus espaços e seus condicionamentos. Entende-se que a estratificação, a territorialização e a normalização dos corpos são perpassadas pelos desígnios da cisheteronormatividade, que exige deles determinadas condutas sexuais e de gênero. Considerando que a escola, conforme apontam as pesquisas de Foucault, representa uma instituição tradicionalmente voltada ao funcionamento da disciplina e da regulação dos corpos, tornando-os dóceis e aproximados da norma, nesse panorama, as artes, como campo de conhecimento, significam um caminho pedagógico para abordar e questionar os territórios do corpo, suas manifestações, assim como a multiplicidade inerente nele.
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