Cidade educativa e currículo na perspectiva decolonial
DOI:
https://doi.org/10.20435/serieestudos.v28i63.1694Palavras-chave:
cidade educativa, currículo, decolonialidadeResumo
Este artigo tem como proposta apresentar possíveis articulações entre a ideia da Cidade Educativa e currículos outros sob a perspectiva decolonial. O objetivo aqui é pensar os modos pelos quais a cidade educa e os sujeitos e grupos aprendem, por meio de processos culturais e práticas educativas construídas nas instituições educativas ou potencialmente educativas e fora delas, estabelecendo diálogos e relações com o currículo escolar. Deste modo, articular saberes e fazeres que colaborem para o enfrentamento e possível superação dos pilares da Modernidade/Colonialidade. A estratégia de mapeamento do que existe na cidade em termos de coletivos, equipamentos, instituições formais e não formais que desenvolvam práticas educativas e processos culturais articulados ao gênero, raça e classe, constitui um modo de fazer um levantamento que possa servir como espaços-tempos de luta, resistência e invenção. O referencial de ancoragem conta com autores/as da Educação e da perspectiva decolonial, como Trilla, Palhares, Dussel, Mignolo, Ballestrin, entre outros/as. Espera-se poder articular processos culturais e práticas educativas e que os resultados analisados colaborem para constituir a ideia da Cidade Educativa sob a perspectiva decolonial, que aponte possibilidades de enfrentamento de formas de poder calcadas no machismo, no sexismo e no classismo e modos outros de formação de sujeitos e construção de identidades.
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