O Cursinho Pré-Vestibular Zumbi dos Palmares e a construção da identidade de mulheres negras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/serieestudos.v29i67.1988

Palavras-chave:

Identidade, Mulher Negra, Resistência

Resumo

O artigo tem como objetivo mostrar a importância que o Cursinho Pré-Vestibular Zumbi dos Palmares tem para a construção da identidade de mulheres negras. Para darmos conta do objetivo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco mulheres negras que frequentaram o Cursinho e se formaram na educação superior. A análise deu-se de forma qualitativa, com base nos autores do campo dos estudos étnico-raciais. No primeiro momento, situa-se a análise, considerando-se a luta histórica do movimento negro e, em especial, das mulheres negras contra o racismo e em defesa da construção positiva da identidade negra. Em seguida, apresentam-se os resultados da pesquisa de campo. Pela análise efetuada, observa-se que o Cursinho Pré-Vestibular Zumbi dos Palmares contribuiu positivamente para a construção da identidade das mulheres negras entrevistadas: algumas apontaram que houve contribuição para a construção da identidade positiva como mulher negra em sua família, e outras deram grande destaque ao Cursinho nessa construção.

Biografia do Autor

Luzia Arapecida do Nascimento, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Assessora Parlamentar.

José Licínio Backes, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação. Bolsista Produtividade CNPq 1C.

Referências

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva (Org.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 25-58.

BRASIL. Lei n. 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Altera a lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2003.

CANDAU, Vera Maria. Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação outra. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016.

CORREA, Adriana Gonçalves; SILVA JUNIOR, Paulo Melgaço da; CARVALHO, Érika Loureiro de. Quando a representatividade importa: reflexões sobre racismo, valorização identitária negra e Educação Básica. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 17, e19407, p. 1-17, 2022.

CORRÊA, Lajara Janaína Lopes. Cursinho popular: estudo sobre a trajetória de estudantes das classes trabalhadoras. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2011.

CORREIA, Sandro dos Santos. A importância das mulheres do candomblé no desenvolvimento da Cachoeira-BA. Revista do Programa de Pós-graduação em Relações Étnicas e Contemporânea - UESB, Jequié, v. 2, n. 3, p. 175-201, jan./jun. 2017.

COSTA, Aline Pereira da; MARTINS, Carlos Henrique dos Santos; SILVA, Heloise da Costa. Necroeducação: reflexões sobre a morte do negro no sistema educacional brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 25, e 250043, 2020.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.

GOMES, Nilma Lino. Movimento educador: saberes construídos nas lutas emancipatórias. Petrópolis: Vozes, 2020.

GOMES, Nilma Lino. Por uma indignação antirracista e diaspórica: negritude e afrobrasilidade em tempos de incertezas. Revista da ABPN, Curitiba, v. 10, n. 26, p. 111-24, jul./out. 2018.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador. Saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017

GOMES, Nilma Lino. Educação e identidade Negra. Belo Horizonte: Alegria, 2002.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2017.

HOOKS, bell. Intelectuais negras. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 464-78, jul./dez. 1995.

JACCOUD, Luciana. O combate ao racismo e à desigualdade: o desafio das políticas públicas de promoção da igualdade racial. In: THEODORO, Mário (Org.) As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. Brasília: Ipea, 2008. p. 147-48.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, Estado de exceção, política da morte. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 32, p. 123-51, dez. 2016.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2016.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Polem Livros, 2019.

SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável) da diferença: e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

TOLENTINO, Luana. Sobrevivendo ao racismo: memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil. Campinas: Papirus; 7 letras, 2023.

VIEIRA, Bárbara Danielle Morais. Letramento racial: da emergência de uma formulação. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, ed. especial, v. 21, p. 53-64, 2022.

WALSH, Catherine. Notas pedagógicas a partir das brechas decoloniais. In: CANDAU, Vera Org.). Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação “outra”? Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016. p. 64-75.

Downloads

Publicado

2024-11-22

Como Citar

Nascimento, L. A. do, & Backes, J. L. (2024). O Cursinho Pré-Vestibular Zumbi dos Palmares e a construção da identidade de mulheres negras. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, 29(67), 237–255. https://doi.org/10.20435/serieestudos.v29i67.1988