Currículo, necropolítica e política de afetos: o espaço-tempo do Projeto Africanidades
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v26i58.1598Palavras-chave:
currículo, agência negra, pós-colonialResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a produção curricular do Projeto Africanidades, motivado pela Lei 10.639/2003. O Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro tem representado elementos norteadores que produzem uma agência negra totalizada e homogênea. Tal propensão se articula em um movimento necropolítico, cuja tentativa é direcionada a fixar sentidos a priori, tanto para negro quanto para currículo, fixando diferenças. Dificultando ações políticas antirracistas nas produções curriculares, no que tange à estrutura e agência, reforçando dicotomias, determinismos e significados postos. Diante desse panorama, com base em aportes teóricos pós-coloniais, argumento que todo currículo é híbrido e ambivalente, assim a Lei 10.639/2003 pode também performar currículos mais fluidos e enunciativos, em que a agência negra seja representada de forma descentrada e múltipla. Como a produção curricular do Projeto Africanidades, lócus enunciativo que se constitui como política de afetos, em que se negocia com temporalidades distintas através da arte, criando uma cesura temporal em que a agência negra se constitui como diferença.
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