Brincando em sala na Educação Infantil? Reflexões acerca da organização dos espaços para experiências na primeira infância
DOI:
https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v23i47.1054Keywords:
brincar, crianças, espaços na Educação Infantil.Abstract
Origina-se de uma pesquisa concluída e tece considerações acerca da organização do espaço, para brincar, em sala de Educação Infantil. Fundamentou-se em autores como: Brougère, Gandini, Freire, Cruz e Rinaldi. De que maneira as crianças estão brincando no espaço de sala de Educação Infantil? Que práticas educativas estão relacionadas à organização do espaço em sala, em contexto de brincadeiras na Educação Infantil? Objetivou identificar e problematizar a organização espacial de sala de Educação Infantil, para o brincar infantil. De abordagem qualitativa, utilizou observação participante de momentos do brincar de 14 crianças e a respectiva professora, produzindo treze diários de campo. As crianças manifestaram curiosidades e interagiram entre si, reinventando e resignificando os espaços possíveis na sala. Além de brincarem sentadas à mesa ou no chão, esse grupo manifestou apreço por brincar embaixo da mesa, por proporcionar liberdade às ações e relações entre subgrupos de crianças. A pesquisa mostrou uma ênfase no brincar em sala, com pouca exploração de outros espaços da instituição. Conclui que, quando o espaço é organizado de forma variada, as possibilidades de criação e relações aumentam, ampliando o incentivo de brincadeiras, de experimentações, de descobertas, de perpetuação e reinvenção da cultura lúdica infantil e, com isso, de melhores oportunidades educativas para as crianças.
References
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeira: Guanabara, 1981.
BACHA, M. N. Déspotas mirins: o poder nas novas famílias. São Paulo: Zagodoni, 2012.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições 70, 2009.
BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Notas de campo. In: BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994. p. 150-75.
BORBA, A. M. As culturas da infância no contexto da educação infantil. In: VASCONCELLOS, T. (Org.). Reflexões sobre infância e cultura. Niterói, RJ: Eduff, 2008. p. 73-91.
______. O brincar como modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL. Ensino Fundamental de 9 anos: orientações para a inclusão de crianças com seis anos e idade. 2. ed. Brasília, 2007. p. 33-45.
BRASIL. Lei n. 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2013.
______. Ministério da Educação. Secretária da Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 4 mar. 2017.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Volume 1: Introdução.
______. Lei Federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 1990.
______. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Imprensa Oficial da União, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 3 jan. 2017.
BROUGÈRE, G. A criança e a cultura lúdica. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 24, n. 2, jul./dez. 1998.
CARVALHO, M. C.; MENEGHINI, R. Estruturando a sala. In: ROSSETTI-FERREIRA, M. C. et al. (Org.). Os fazeres na Educação Infantil. 11. ed. São Paulo: Cortez; Ribeirão Preto, SP: Creche Carochinha/CINDEDI, 2009. p. 152-3.
CARVALHO, M. C. de. Por que as crianças gostam de áreas fechadas? In: ROSSETI-FERREIRA, M. C. et al. (Org.). Os fazeres na Educação Infantil. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 10-3.
CORSARO, W. Sociologia da infância. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
COSTA, S. A. O Diário de Campo como dialética intersubjetiva. In: WHITAKER, D. C. A. (Org.). Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. Presidente Venceslau, SP: Letras à Margem, 2002. p. 151-8.
CRUZ, S. H. V. A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas. São Paulo: Cortez, 2008.
DALARRI, D. A.; KORCZAK, J. O direito da criança ao respeito. Tradução de Yan Michalski. São Paulo: Summus, 1989.
EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.
FINCO, D. A educação dos corpos femininos e masculinos na Educação Infantil. In: FARIA, A. L. G. (Org.). O coletivo infantil em creches e pré-escolas: falares e saberes. São Paulo: Cortez, 2007. p. 94-119.
FIORI, E. M. Educação libertadora. In: ______. Textos escolhidos: educação e política. Porto Alegre: L&PM, 1991. p. 83-95. v. II.
FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
FRIEDMANN, A. Linguagens e culturas infantis. São Paulo: Cortez, 2013.
GANDINI, L. R. Emilia: experimentando a vida na creche. In: GANDINI, L. R.; EDWARDS, C. (Org.). Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.
GOBBI, M. A.; PINAZZA, M. A. (Org.). Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014.
GUIMARÃES, D.; KRAMER, S. Nos espaços e objetos das creches, concepções de educação e práticas com crianças de 0 a 3 anos. In: KRAMER, S. (Org.). Retratos de um desafio: crianças e adultos na educação infantil. São Paulo: Ática, 2009.
HORN, M. G. S. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
KORCZAK, J. Quando eu voltar a ser criança. 12. ed. São Paulo: Sammus, 1981.
KUHLMANN, J. M. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.
LARROSA, J. B. O enigma da infância: ou o que vai do impossível ao verdadeiro. In: ______. Pedagogia profana: danças piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 183-98.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U., 2012.
MINAYO, M. C. S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: ______. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 9-29.
OLIVEIRA, M. W. Pesquisa e trabalho profissional como espaços e processos de humanização e de comunhão criadora. Caderno CEDES, Campinas, SP, v. 29, n. 79, p. 309-21, set./dez. 2009.
POSTMAN, N. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.
RINALDI, C. Reggio Emilia: a imagem da criança e o ambiente em que ela vive como princípio fundamental. In: GANDINI, L.; EDWARDS, C. e cols. Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 75-80.
SILVA, J. R.; LIMA, J. M. A brincadeira na educação infantil: implicações teóricas e práticas para a intervenção docente. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, SP, v. 26, número especial 1, p. 55-74, jan. 2015.
SOMMERHALDER, A.; ALVES, F. D. Jogo e a Educação da Infância: muito prazer em aprender. Curitiba: CRV, 2011.
Downloads
Additional Files
Published
How to Cite
Issue
Section
License
A revista Série-Estudos permite a reprodução total em outro órgão de publicação mediante a autorização por escrito do editor, desde que seja feita citação da fonte (Série-Estudos) e remetido um exemplar da reprodução. A reprodução parcial, superior a 500 palavras, tabelas e figuras deverá ter permissão formal de seus autores.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.