Representatividade africana e afro-brasileira nos currículos da educação básica do estado de Santa Catarina, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.20435/serieestudos.v29i66.1901Palavras-chave:
africanidades, currículo, educação básicaResumo
A escrita deste artigo surge da necessidade de buscar compreender o porquê da invisibilidade e da pouca representatividade das africanidades nos currículos e materiais didáticos da educação básica do Estado de Santa Catarina. O ocultamento da história e da memória da população negra no estado de Santa Catarina contribui para o apagamento social, cultural e político dos povos que lutaram e resistiram aos processos de escravização e colonização sofridos no Brasil. Com uma pesquisa bibliográfica e documental, buscamos observar os desafios e as possibilidades existentes na abordagem da história da cultura afro-brasileira e africana em sala de aula, numa perspectiva plural e antirracista por meio da Lei 10.639/03, dando maior ênfase à aplicação da lei no estado de Santa Catarina. Com este estudo, esperamos fomentar um despertar de consciência social na comunidade escolar pautado no respeito às diferenças e às diversidades, caminhando, assim, para uma educação afrocentrada e antirracista no Estado de Santa Catarina.
Referências
AKKARI, Abdeljalil; SANTIAGO, Mylene Cristina. A gestão da diversidade cultural no contexto educacional brasileiro. Revista Educação em Questão, Natal, v. 38, n. 24, maio/ago. 2010.
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos; CYPRIANO, André. Quilombos, Tradições e Cultura da Resistência. São Paulo: Aori Comunicação, 2006.
BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismo social, eugenia e racismo “científico”: sua repercussão na sociedade e na educação brasileira. Educar em Revista, Curitiba, n. 12, p. 153-65, 1996.
BRASIL. Lei n. 14.759, de 21 de dezembro de 2023. Declara feriado nacional o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 21 dez. 2023.
BRASIL. Lei n. 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF: Presidência da República, 2008.
BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 10 jan. 2003.
CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Introdução. In: MEC. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal n. 10.639/03. Brasília, DF: MEC; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 11 - 20.
DOMINGUES, Petrônio José. Negros de almas brancas? A ideologia do branqueamento no interior da comunidade negra em São Paulo, 1915-1930. Estudos afro-asiáticos, v. 24, n. 3, p. 563-600, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eaa/a/R3R8p7fSCzXwvDvJLjNkpQC/?format=html. Acesso em: 10 maio 2024.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA [IBGE]. Características gerais dos domicílios e dos moradores. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2102004. Acesso em: 7 dez. 2023.
LEITE, Ilka Boaventura. Descendentes de africanos em Santa Catarina: invisibilidade histórica e segregação. Negros no sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996. p. 33-53.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 23, ago. 2003.
MUNANGA, Kabengele. Superando o racismo na Escola. 2. ed. Brasília, DF: MEC; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
RIBEIRO, Mírian Cristina de Moura Garrido. Escravo, africano, negro e afrodescendente: a representação do negro no contexto pós-abolição e o mercado de materiais didáticos (1997-2012). 2011. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual Paulista, Assis, 2011.
RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. São Paulo: Nacional, 1977.
ROMERO, Silvio. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL, 1980.
ROMÃO, Jeruse Maria. A África está em nós: História e Cultura Afro-brasileiras - Africanidades Catarinenses. 2. ed. João Pessoa: Editora Grafset, 2010.
SANT’ANA, Antônio Olímpio de. História e Conceitos básicos sobre o Racismo e seus Derivados. In: MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o racismo na Escola. 2. ed. p. 39-67. Brasília, DF: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Continuada; Alfabetização e Diversidade, 2005.
SANTOS, Sales Augusto. A Lei n. 10.639/03 como fruto da luta anti-racista do Movimento Negro. In: MEC. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal n. 10.639/03. Brasília, DF: MEC; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 21-37.
SILVA, Giselda Shirley; SILVA, Vandeir José; GONÇALVES, Maria Célia Silva. Educação das relações étnico-raciais e a Lei 10.639/03: Uma breve incursão histórica. Revista Educação in Loco, Rodóvia, v. 2, n. 2, p. 34-55, 2021.
TEDESCO, Anderson Luiz; BATTESTIN, Cláudia. Uma possibilidade decolonial para pensar a constituição do ethos caboclo no Oeste de Santa Catarina. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 17, 2022.
UCHÔA, Márcia Maria Rodrigues; CHAVES, Carlos Alberto Paraguassú; PEREIRA, Carlos Eugênio. Currículo e Culturas: a Educação Antirracista como direito humano. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 22, 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Kairo Madah da Costa Moraes, Cláudia Battestin

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Série-Estudos permite a reprodução total em outro órgão de publicação mediante a autorização por escrito do editor, desde que seja feita citação da fonte (Série-Estudos) e remetido um exemplar da reprodução. A reprodução parcial, superior a 500 palavras, tabelas e figuras deverá ter permissão formal de seus autores.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.