Artevivências: (re)inventando o currículo escolar a partir de mulheres negras
DOI:
https://doi.org/10.20435/serieestudos.v29i66.1937Palavras-chave:
artevivências, artistas periféricas, ensino de artes decolonialResumo
Este artigo propõe a artevivência como um processo no qual mulheres negras usariam suas capacidades artísticas para contar, transmitir, refletir, revelar suas próprias percepções da realidade, a partir de sua condição de múltiplas exclusões como mulheres-negras, entendendo que o processo histórico escravista e patriarcal ainda se encontra reproduzido pelas dinâmicas sociais brasileiras. Partindo do conceito de escrevivência e das possibilidades visuais e estéticas de experiências vividas por um núcleo de Arte e Cultura, gestado em uma instituição federal de ensino da cidade do Rio de Janeiro, este artigo registra algumas das subversões curriculares propostas e das possibilidades de falar e produzir arte pelo descolonizar dos conceitos de raça e gênero no ensino de arte. Com isso, o objetivo deste artigo está em apresentar artevivências a partir de uma experiência escolar pautada pela decolonialidade e pela produção artística de mulheres negras, seus resultados e significados na visão de uma estudante negra do Ensino Médio.
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